quinta-feira, 2 de outubro de 2008

FS em NY



Quinhentos e vinte e oito dólares.
Foi o que gastei para passar três dias em Nova Iorque no padrão estudante. Três dias e duas noites, para usar a linguagem das agências de turismo. E é o preço final, incluindo passagens, presentes para Isa e Marisa e até o combustível que gastei para dirigir até o aeroporto, além do valor pago para deixar o carro três dias no estacionamento.
Os latinos por estas bandas, e tem latino para encher uns cinco paraguais só aqui na Carolina do Norte, adoram contar vantagem das barganhas, das compras baratíssimas feitas em lojas de usados ou na meca das cidades de interior, o Wal-Mart. Wal-Mart: Save Money, Live Better!
Então, é minha vez de contar vantagem. Na condição de desempregado não tenho feito muitas compras, me resta a ida a Nova Iorque. Depois do mestrado, que já me consumiu US$ 2.155, a viagem foi de longe a maior despesa que fiz com o meu envelopinho de trevelers cheques. São os mesmos que deixei sobre o balcão da US Airwails e que me custaram algumas dezenas de dólares em recompensa por reavê-los. Recompensa em espécie, claro, porque honestidade não se paga com cheque de viagem. Tentei pagar a gratificação com MasterCard, mas honestidade não tem preço.
Uma viagem no padrão estudante muda já na chegada ao aeroporto-destino. O normal é pegar um táxi ou deixar um motorista acertado anteriormente com quem lhe vendeu as passagens. Pois peguei um ônibus e um metrô para ir do Aeroporto La Guardia a Manhattan. Moleza. Duro foi a Isa me ligando de cinco em cinco minutos. "Fico preocupada, um moço de Feira de Santana sozinho em um lugar do tamanho de Nova Iorque...". Uma vez tabaréu, sempre tabaréu. Como diz uma amiga de Brasília, que aliás nunca me responde os e-mails, eu saí de Feira de Santana, mas Feira de Santana não saiu de mim. A frase deve ter algum significado secreto que até hoje não consegui entender.
Tento evitar Feira de Santana, mas como já falei dela, resta-me revelar que FS está em sintonia com NY, a cidade tida como a mais cosmopolita do mundo. Tem coisas que realmente nos surpreendem. Encontrar uma rua pavimentada com pedras de calçamento em Nova Iorque, por exemplo. Boa parte de Feira tem estas malditas pedras nas ruas. Já dirigiu em rua de calçamento? Parece que você está montado numa britadeira. Pois em Nova Iorque tem uma rua de calçamento. Não é uma quadra ou um bairro, apenas 200 metros. Uma rua no meio de uma cidade-monstro. Como Feira de Santana, perdida no meio do mundo.

Beijos e saudades (exceto de Feira, claro),

Um comentário:

Anônimo disse...

Marcito, vc notou as marcas de spray vermelho que geralmente a polícia faz no chão?
A vitima deve ter ficado em mil pedaços...