quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Bono, de novo, e com óculos


A má notícia: eu não consegui beijar o Bono. A boa? A Isa também não. E vice-versa, que toda recíproca tem seu fundinho de verdade.

E lá fomos nós para o show do U2. Esse era um dos planos meu e da Isa para nossa temporada na terra-do-esmalte-que-fica-três-meses-na-unha. Quando anunciaram a turnê eu e a Isinha corremos para descobrir o local mais próximo. Seria Atlanta, a seis horas de carro daqui. Tudo bem, dá para encarar. Quase compramos o ingresso, mas decidimos esperar um pouco para tentar achar um preço melhor em outro site que não o Ticketmaster. É uma máfia esse negócio de ingresso aqui, tudo tem que ser feito pelo Ticketmaster. Fomos à bilheteria da casa de espetáculos onde vai acontecer o show da Miley Cyrus/Hannah Montana em novembro (presente de Dia das Crianças) e os caras mandaram a gente comprar o ingresso no Ticketmaster, pode? No show do U2, por exemplo, o ingresso custava $95, mas tem de comprar pelo Ticketmaster e pagar mais $12,50 de 'taxa de conveniência'. Ora, pois, conveniência de quem?

No da Miley, fomos em carne e osso lá no Coliseum e tinha de comprar no Ticketmaster. Ou seja, pagar a tal 'taxa de conveniência'. Pior, eles nem enviaram o ingresso pelo correio, ao contrário do show do U2. No dia do show a Isa tem de apresentar o cartão bancário usado na compra eletrônica na bilheteria para receber os ingressos. Que porra de conveniência é essa?

De volta ao U2, que já estou ficando revoltado com o Ticketmaster de novo. Isso não é bom nessa fase em que me recupero de um rotavírus adquirido na semana passada. Se ficar nervoso demais posso melar a cueca. E sou eu quem lavo.

Foi sábia a decisão de não comprar as entradas para Atlanta, porque dias depois anunciaram a ampliação da turnê, que passou a incluir Raleigh, a apenas uma hora e quarenta minutos daqui.

Deu trabalho esconder tudo da Marisa, porque ela também gosta dos caras. Compramos os tíquetes em abril. Tivemos de inventar que o show era impróprio para menores de 14 anos. Mas toda vez que a gente ouvia U2 ela dizia: papai, não acredito que vai ter um show do U2 aqui e você vai perder. Eu dizia que o show era num sábado, e eu sempre trabalho aos sábados. De fato, no sábado do show eu trabalhei até às 15h00, o concerto era as 19h00. Isa e Florzinha me buscaram no Wal e seguimos viagem. Passamos rapidamente no hotel, para tirar o cheiro de leite do corpo e dar o ingresso de presente à Pequena (confira o momento exato na mensagem anterior), e já antes das 18h00 estávamos no engarrafamento rumo ao estádio.

O trânsito parado. O ponteiro andando. A galera começou a jogar o carro no mato e seguir a pé. E eu nervoso. Só faltava essa, perder o terceiro show do U2, mas agora com o ingresso na mão. E tome gente passando nosso carro a pé. Até um mendigo - aqui os mentigos usam plaquinhas e ficam quietinhos, é você que tem de ir até ele - que estava uns três quilômetros atrás passou a gente. E eu nervosíssimo já, mas estou de carona e como convidado, então fico calado. Quando faltavam 15 minutos para começar o show, a Isa pergunta: será que a gente deixa o carro por aqui? Corre o risco de ser multado. Caramba, Isinha, pensei que você nunca ia vislumbrar essa possibilidade, eu já tilha largado esse carro meia hora atrás!

Seguimos andando. Caminhando e cantando, como diz a canção. Chegamos pelo lado errado do estádio e tivemos de dar a volta inteirinha nele. Vinte minutos depois das sete estávamos acomodados. Antes do U2 tocou o Muse. Conheçe? Nem eu. Nem a Isa. Mas a Marisa conhece e ainda cantou. Só que encheu o saco: tá bom de Muse, né? Eu vim aqui para ver o U2! Nunca duvide do rock que corre nas veias de uma moleca de 11 anos. Ela ficou revoltada porque não sabia todas as letras do disco novo, No Line on the Horizon.

O show foi fantástico. Teve até lua cheia e música incidental só para ela. Literalmente, sem palavras. Então, vou pular essa parte e finalizar com dois breves causus. O primeiro deles é que compramos um ingresso caro para ficarmos calmamente e confortavelmente sentados por causa da Marisa, já que seria o primeiro mega-show da Pequena e não queria que ela se assustasse ou fosse pisoteada em meio à multidão. Pois sim, quanto tocou Elevation, a música preferida da guria, ela olha para o povo lá embaixo e diz: olha lá, todo mundo pulando, lá no chão é muito mais animado do que aqui em cima... E eu doido para estar lá também, e custaria um terço do preço que pagamos para ficar onde estávamos. Nunca duvide do rock em veias juvenis.

E, por fim, esses óculos que você vê na foto. Iguaizinhos aos do Bono. A Isa me deu no dia do show. Devem ter custado os olhos da cara. Estavam enrolados na camiseta com a foto do Bono, que ela também me deu de presente. Tudo isso para irmos ao show do U2, para vermos o Bono cantar e fazer o seu politicamente correto discurso. O show rolando, a Isa olha a camiseta, sobe o olhar para os óculos e começa a me beijar. Eu na minha, curtindo o show. Ela olha a imagem do Bono no telão do tamanho do nosso apartamento, olha de novo a foto do Bono na camiseta, olha para mim com os óculos do Bono e me lasca outro beijo.

Acho que só eu não beijei o Bono naquela noite. Eu era mais feliz quando Bono era apenas um biscoito reacheado que a pré-diabetes me impedia de comer.

Beijos e saudades,

2 comentários:

Eve Hewson disse...

O oculos não é parecido com o do Bono (ele nao usa oculos dessa cor) nao, sem contar q o dele deve custar pelo menos 3 vzs nais do q o teu.

Maria da Luz Delfino disse...

Olá amigos,

que inveja de vocês! Amei as novidades! Beijos<

Maria da Luz